Núcleo de Economia

Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 30 de setembro de 2016 • www.sfiec.org.br

O Brasil e o ranking de
competitividade econômica

O Fórum Econômico Mundial elabora anualmente o ranking de competitividade econômica. Para este ano, a amostra reuniu 138 países, com Suíça, Singapura, Estados Unidos, Holanda e Alemanha, nesta ordem, compondo o top 5 dos mais competitivos.

O Brasil, por sua vez, perdeu 6 posições na passagem de 2015 para 2016, ocupando atualmente apenas a 81ª colocação - é a pior posição do país desde a criação do ranking, em 1997. Observa-se que ele está atrás de países como Albânia (80), Armênia (79), Guatemala (78), Irã (76), Jamaica(75), Ruanda (52) e México (51) e, em termos regionais, de Chile (33), Colômbia (61), Peru (67) e Uruguai (73).

Os principais determinantes para a perda de competitividade da economia brasileira foram a piora do ambiente econômico, o menor desenvolvimento do mercado financeiro e, principalmente, a redução na capacidade de inovação. Naturalmente, esses resultados guardam estreita relação com a grave crise econômica e revelam a queda acentuada de nossa produtividade.

Por outro lado, há boas notícias sobre o desempenho recente do Brasil, entre as quais uma maior inserção internacional, um interessante espaço para o investimento privado, bem como a internacionalização das nossas empresas e avanços em termos da simplificação e modernização dos marcos regulatórios. Permanecem, entretanto, como obstáculos para se fazer negócios no país a alta e complexa tributação, bem como corrupção, legislação trabalhista inflexível e a expressiva ineficiência da burocracia estatal.

Nessa direção, há claramente duas agendas econômicas para o Brasil, uma de curto e outra de médio/longo prazo. As ações mais imediatas estão relacionadas à superação da atual crise, e incluem a melhor gestão de gastos do governo, o programa de concessões e privatizações e a reforma da previdência. 

A partir desses avanços se espera uma interrupção do crescimento da dívida pública, com consequente elevação da confiança e espaço para redução dos juros, o que impulsionaria o investimento privado e determinaria a retomada econômica. A agenda de médio/longo prazo, por sua vez, se refere à promoção dos fatores de competitividade, em uma lista que inclui, entre outros, as reformas trabalhista e tributária, formação de capital humano, melhoria no ambiente de negócios e incentivos à inovação.