Núcleo de Economia

Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 01 de julho de 2016 • www.sfiec.org.br

O elemento central para a retomada da econonomia

Uma questão é chave para a retomada do crescimento econômico brasileiro: é necessário acreditar que o País tenha, com os recursos que dispõe, total capacidade para honrar seus compromissos. Reside, portanto, na percepção da solvência pelos agentes econômicos, o elemento central para sairmos da atual crise e voltarmos a crescer, o mais rápido possível. Alguns passos nessa direção já foram dados.

Primeiro, o governo Temer apresentou a dura realidade do passivo herdado. Para entender o tamanho do problema, basta lembrarmos que o déficit primário será de até R$ 170 bilhões neste ano, mesmo com um corte de R$ 144 bilhões na despesa e com projeção de crescimento real da receita de 9% - o que é expressivo, afinal estamos em recessão. 

Segundo, as ações para resolver esse imenso rombo nas contas do governo, como os encaminhamentos da PEC que limita o crescimento dos gastos, da reforma da previdência – proposta deverá ser finalizada até setembro – da nova Lei de Agências Reguladoras e das privatizações – em breve, também serão apresentadas. São mudanças estruturais importantes – que, por sua vez, ainda precisam de aprovação no Congresso -, e que contribuem para as perspectivas de que teremos, em breve, ativo superior às nossas obrigações.

Assim, mesmo que o recente aumento de gastos governamentais - R$ 67,8 bilhões destinados ao reajuste do funcionalismo público, R$ 50 bilhões para a renegociação da dívida dos estados, R$ 4,8 bilhões para reajuste do Bolsa-Família e, ainda, R$ 2,9 bilhões para a ajuda às combalidas finanças do Rio de Janeiro – tenha provocado a sensação de falta de austeridade, é importante observar que essa elevação nas despesas não é suficiente para comprometer o ajuste fiscal exigido – algumas já estavam até mesmo previstas no orçamento -, e que o governo tem reafirmado o compromisso pelo controle de suas contas, relacionando esse esforço, inclusive, à eficácia de sua política monetária.

Nessa direção, é necessário que governo e Congresso consolidem o ajuste fiscal, fazendo o possível para termos em 2017, um resultado melhor do que o déficit projetado de R$ 100 bilhões. Isso é imprescindível para que tenhamos uma inflação em torno do centro da meta – 4,5%, com tolerância de 1,5 pontos percentuais, para cima ou para baixo, segundo determinação do Banco Central – havendo, dessa forma, espaço para uma futura redução dos juros e, por conseguinte, para o aumento dos investimentos.

Esse cenário, ressalte-se, é o único em que será crível a solvência do Brasil, e no qual teremos o aumento da confiança dos agentes, internos e externos, em nossa retomada econômica.