Núcleo de Economia

Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 17 de junho de 2016 • www.sfiec.org.br

Sinais de confiança na retomada da economia

Dados divulgados nesta semana do Relatório Prisma, estudo feito pelo Ministério da Fazenda para compreender as expectativas do mercado em relação às contas do governo, projetam a dívida bruta em 74,4% do PIB ao final deste ano, e de 79% em 2017. Para que isso não se confirme, e não se tenha de volta o risco de insolvência, é preciso de fato que a maior preocupação em termos de políticas públicas seja o ajuste fiscal. O controle das contas proposto pelo governo, e baseado na limitação de gastos e no aumento de receitas, é fundamental também para a retomada da confiança.

Para recolocar as contas públicas em uma trajetória sustentável, inúmeras ações serão necessárias, e certamente estão sendo objetos de estudo pelos técnicos do governo. A mais importante, porém, é a reforma da Previdência Social, uma vez que 65% da despesa orçamentária são para pagamento da folha salarial da União e dos benefícios da seguridade social e dos previstos na Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Para aprovar medidas tão difíceis, que alterarão profundamente a estrutura de gastos, serão indispensáveis a determinação do governo e o apoio do Congresso Nacional.

Até o momento, já se conseguiu aprovar o congelamento real das despesas e a desvinculação dos gastos com Saúde e Educação. Um efeito positivo é que, a partir de agora, a discussão orçamentária será baseada em um quadro verdadeiro das receitas e despesas do governo, e não mais em recursos previstos, mas não realizados. Trata-se de um inquestionável avanço institucional, que melhora a imagem do setor público e, por consequência, as expectativas dos agentes econômicos.

Nessa direção, há sinais de confiança do setor produtivo em uma retomada da economia. Segundo a Sondagem Industrial, da CNI, por exemplo, divulgada nesta semana, as perspectivas de aumento da demanda estão otimistas pela 1ª vez desde janeiro de 2015. Caso essa tendência se confirme nos próximos meses, é provável que elas sejam traduzidas em aumento da produção e, naturalmente, redução da capacidade ociosa e interrupção da queda do emprego.