Núcleo de Economia

Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 10 de junho de 2016 • www.sfiec.org.br

Foco no cumprimento da meta de inflação

O primeiro pronunciamento oficial do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deve acontecer na próxima segunda-feira. Com base na sua apresentação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), porém, já podem ser feitas algumas observações. Uma delas é que o objetivo será cumprir plenamente a meta de inflação, mirando o ponto central, de 4,5%. Outro ponto destacado é a importância de se voltar imediatamente para o chamado tripé macroeconômico, composto de regime de metas para a inflação, superávit primário e câmbio flutuante, abandonando, de vez, as premissas contidas na Nova Matriz Econômica, do governo anterior. Na prática, isso significa que todos os instrumentos possíveis serão utilizados para combater a inflação.

Para se ter ideia desse desafio, a última vez em que a inflação esteve em torno de 4,5% foi em agosto de 2010. Ademais, a inflação dos últimos 12 meses, até maio deste ano, que estava em 9,28%, subiu para 9,32%. Ou seja, temos uma conjuntura em que a alta nos preços resiste até mesmo à pior recessão de nossa história. Por causa disso, infelizmente, não deve haver queda na taxa de juros, pelo menos no curto prazo. Adicionalmente, a necessidade é mesmo de seguir com o ajuste fiscal, limitando gastos e gerando o máximo possível de receitas.

Portanto, o sucesso da política monetária dependerá fortemente da implantação de reformas e de responsabilidade fiscal, para que sejam reduzidas as expectativas de inflação, para que haja queda no risco país, bem como para que se melhore a confiança. Todas essas condições são necessárias para um crescimento econômico sustentável. Nessa direção, Ilan Goldfajn pontuou que “a atuação harmônica e autônoma entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central será um fator-chave de sucesso para a recuperação econômica sustentável que todos queremos ver à frente". Que assim seja!