Núcleo de Economia

Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 11 de março de 2016 • www.sfiec.org.br

Os humores da política

Duas notícias importantes merecem ser destacadas nesta semana. A primeira, a de que o Senado aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (05/16) que evita a elevação das taxas de juros cobradas nos empréstimos com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento.

A segunda, o surgimento de uma nova modalidade de crédito. O chamado Cartão FNE, lançado quinta-feira, pelo Banco do Nordeste (BNB), em cerimônia na sede da FIEC, conta com inúmeros diferenciais, entre eles o limite de R$ 1 milhão, possibilitando a aquisição de máquinas, veículos e equipamentos em até 72 meses, com direito a bônus de adimplência de 15% sobre os juros.

Esses caminhos são importantes, pois a superação da crise econômica passa, necessariamente, pelo aumento da atividade produtiva, estimulado, por sua vez, pelo controle inflacionário e pela redução dos juros.

Nesse sentido, alguns sinais positivos estão sendo observados: a atividade produtiva parou de cair, a confiança do consumidor está estável há quatro meses e há expectativa de reposição de estoques em alguns setores. Assim, é esperada uma queda na inflação nos próximos meses, o que poderá aumentar o ânimo de consumidores e de empresários e, quem sabe, uma redução dos juros.

De todo o modo, ainda é cedo para prognósticos mais otimistas.

Como sabemos, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic, para manter o nível esperado de inflação. Dessa forma, se o Banco Central notar que a inflação corre o risco de superar a meta, a indicação é que se aumentem os juros, para que se reduza o excesso de consumo.

No mais recente encontro do Copom a decisão foi a de manter o nível da taxa de juros, inclusive com indicação de que essa manutenção também ocorrerá na próxima reunião, em abril.

As autoridades monetárias afirmam que o momento ainda não permite que se baixem os juros, sob o risco de haver aumento de preços, sendo que a prioridade é mesmo de “desinflacionar” a economia.

Infelizmente, a próxima semana não deverá ser diferente, principalmente influenciada pelos humores políticos que têm tomado conta do país.